A vida ensinou-me a não voar com as  expectativas, ou simplesmente coloca-las num plano demasiado elevado  para a capacidade humana. As assas são apenas uma metáfora que nos  liberta do mundo real, não voam realmente. Todos tempos um mundo onde  abunda a serenidade e se barra a realidade. Eu criei o meu e nele sou  composto de palavras.
      Torna-se fácil julgar o que não  conhecemos mediante uma impressão criada. Mais difícil será julgar  alguém que conhecemos e temos plena consciência que daríamos um pedaço  ou quem sabe toda a nossa vida. No nosso mundo somos apenas nós sem as  mascaras que a sociedade nos impinge. Na realidade somos o produto desse  mesmo mundo. A vida ensinou-me que quando mostramos ser nós próprios, a  rejeição aumenta, pelo simples facto de lidar-mos com uma máscara. A  vida ensinou-me que a colectânea de inimigos é como uma estrada rochosa  que nos impede de atingir a meta, mas nos incita a tentar.
       A vida ensinou-me que o parecer ser  prevalece sobre o ser realmente. A vida ensinou-me que o belo é feio,  porque é somente aparência. O verdadeiro belo reside no feio que a nossa  aparência não mostra. O produto mais feio guarda no seu interior a mais  bela das jóias, mas nunca a consegue mostrar do modo mais conveniente.  Torna-se difícil entrar no meu mundo. O acesso estreita à medida que  outros mundos corrompem a verdadeira essência do meu. Cada cabeça seu  mundo, e no meu já passaram várias cabeças, cabeças essas que hoje me  obrigam a não conhecer a cara.
       Seria invejoso dizer que existe apenas  um mundo nesta imensidão de cabeças. O único mundo global é onde nos  encontramos diariamente e onde tentamos da melhor forma dar a conhecer o  nosso mundo. No meu caso, gosto de o manter distante do sofrimento da  entrada e saída constante de cabeças. Odeio e a vida ensinou-me que são  superiores às chegadas. Há quem tenha tudo para ser grande, mas prefira  viver no pequeno que tem e no pequeno que vai mostrando ao mundo. O meu  mundo. O mundo de todos. A vida ensinou-me…
 

 
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