terça-feira, 8 de fevereiro de 2011


A vida ensinou - me...

 


         A vida ensinou-me a não voar com as expectativas, ou simplesmente coloca-las num plano demasiado elevado para a capacidade humana. As assas são apenas uma metáfora que nos liberta do mundo real, não voam realmente. Todos tempos um mundo onde abunda a serenidade e se barra a realidade. Eu criei o meu e nele sou composto de palavras.
      Torna-se fácil julgar o que não conhecemos mediante uma impressão criada. Mais difícil será julgar alguém que conhecemos e temos plena consciência que daríamos um pedaço ou quem sabe toda a nossa vida. No nosso mundo somos apenas nós sem as mascaras que a sociedade nos impinge. Na realidade somos o produto desse mesmo mundo. A vida ensinou-me que quando mostramos ser nós próprios, a rejeição aumenta, pelo simples facto de lidar-mos com uma máscara. A vida ensinou-me que a colectânea de inimigos é como uma estrada rochosa que nos impede de atingir a meta, mas nos incita a tentar.
       A vida ensinou-me que o parecer ser prevalece sobre o ser realmente. A vida ensinou-me que o belo é feio, porque é somente aparência. O verdadeiro belo reside no feio que a nossa aparência não mostra. O produto mais feio guarda no seu interior a mais bela das jóias, mas nunca a consegue mostrar do modo mais conveniente. Torna-se difícil entrar no meu mundo. O acesso estreita à medida que outros mundos corrompem a verdadeira essência do meu. Cada cabeça seu mundo, e no meu já passaram várias cabeças, cabeças essas que hoje me obrigam a não conhecer a cara.
       Seria invejoso dizer que existe apenas um mundo nesta imensidão de cabeças. O único mundo global é onde nos encontramos diariamente e onde tentamos da melhor forma dar a conhecer o nosso mundo. No meu caso, gosto de o manter distante do sofrimento da entrada e saída constante de cabeças. Odeio e a vida ensinou-me que são superiores às chegadas. Há quem tenha tudo para ser grande, mas prefira viver no pequeno que tem e no pequeno que vai mostrando ao mundo. O meu mundo. O mundo de todos. A vida ensinou-me…

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